domingo, 21 de agosto de 2016

NO INACLARÁVEL
abre-se uma porta,
dela
caem em escamas as manchas da camuflagem,
repassadas de verdade.


Paul Celan
A Morte é uma flor
trad. João Barrento
ed. Cotovia, 1998

domingo, 17 de abril de 2016

Poemas visuais

eis o regresso com as primeiras flores na cerejeira
as andorinhas voam alto no fundo azul
os dias quase perfeitos são assim

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A casa da avó

"na casa do Pai há
muitas moradas"
na da minha mãe
um raminho de alecrim
e  dois gatos dormindo
no silêncio manso do sol.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Andar e ver

*
está um céu carregado de estrelas
parece que a nossa tangerineira cresceu imensamente



árvore, 3 de fev.

domingo, 24 de janeiro de 2016

LUA CHEIA



*
dá-me vinho meu amor
dá-me vinho
vinho pela tua boca
deita-me junto ao rio
abraça-me contra a terra
abraça-me dentro de água
mas dá-me vinho
dá-me
sem parar
hoje quero ser tua
da maneira mais louca
*
Y. K. Centeno
perto da terra
ed. Presença, 1984